RECONHECEMOS A LUIS FILIPE VIEIRA
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O QUE FAZ SENTIDO É SERVIR O BENFICAO programa do Movimento "Servir o Benfica" tem por base cinco áreas chave do universo do Clube - A) Futebol, B) Ecletismo, C) Associativismo, D) Património e E) Comunicação e Digital - fundamentais para o desenvolvimento e consolidação do Sport Lisboa e Benfica como hegemónico em Portugal e um dos principais a nível Europeu, nunca desvalorizando as suas raízes populares e os valores e espírito da sua fundação, estando assente em três pilares que o Movimento defende intransigentemente – Ambição Desportiva, Tradição Democrática e Transparência.
Quando na gloriosa noite de 14 de Maio de 1994 o Sport Lisboa e Benfica venceu o seu mais directo rival na disputa do sexagésimo Campeonato Nacional, o Clube ficou à beira do seu trigésimo triunfo nesta competição. Em sessenta edições da prova o Sport Lisboa e Benfica sozinho conquistara metade. Vinte desses trinta campeonatos tinham sido conquistados na sombra de um regime que durante décadas castrou diversos direitos, liberdades e garantias aos portugueses, décadas em que o Clube e os seus associados alcançaram sempre o feito de contornar essas limitações. No Sport Lisboa e Benfica, fundado em 1904, unanimismos impositivos só existem em duas situações: no amor maior ao Clube e ao significado do ser Benfiquista e na constante ambição de vencer, seja onde e contra quem for, sempre pelo Sport Lisboa e Benfica e pelos valores que representa, pelos seus adeptos e associados. Orgulhoso da sua matriz plural, o Clube manteve sempre o seu espírito democrático, obrigando o regime a suportar as suas cores pela força incomparável da massa associativa que o acompanha e que fez do Sport Lisboa e Benfica o baluarte desportivo de Portugal e da lusofonia. Em 1994, a celebrar noventa anos de uma História ímpar e a conquista do vigésimo campeonato disputado após o 25 de Abril, o Sport Lisboa e Benfica manteve o seu registo - em vinte campeonatos disputados, dez conquistados, três finais europeias disputadas e sete Taças de Portugal. Com noventa anos de História, o Sport Lisboa e Benfica vencera tanto quanto todos os outros juntos, sendo detentor de um património de fazer inveja a qualquer outra instituição desportiva no Mundo, fosse na sua componente material, tendo como jóia da coroa o templo que o antigo Estádio da Luz era, com lotação sem igual na Europa, ou na sua principal componente, a imaterial, os seus adeptos e associados. Infelizmente, a década seguinte tornou-se numa negra excepção a toda a gloriosa história do Sport Lisboa e Benfica. Foram onze anos sem saborear a conquista do campeonato principal de futebol e em que somente duas Taças de Portugal foram conquistadas. Um Clube desportivamente arrasado por vários titulares de Órgãos Sociais que não souberam cuidar da maior herança que uma Direcção eleita pode receber: o amor incondicional dos associados ao Sport Lisboa e Benfica. Amor esse que constituiu a base da inversão do rumo negro que o Clube havia tomado na década de 90. O Movimento reconhece o mérito de Manuel Vilarinho e de quem o acompanhou na recuperação do Clube, essencialmente na sua credibilidade, que em muito tinha sido abalada, e na revitalização e modernização do património do Sport Lisboa e Benfica. Reconhecemos igualmente o mérito e visão daqueles que idealizaram o novo Estádio da Luz e o Centro de Estágio e Formação do Seixal, projectos que foram vitais na recuperação financeira e desportiva do Clube, alavancados pela referida incondicionalidade do apoio e amor dos Benfiquistas, nunca esquecendo ou desvalorizando a enorme contribuição de Mário Dias. Reconhecemos a Luís Filipe Vieira e às suas anteriores e actual Direcção a continuidade desse trabalho, destacando a capacitação comercial do Clube, que atinge aos dias de hoje receitas ordinárias que ultrapassam os cem milhões de euros sem transferências, a recuperação da competitividade desportiva do Clube tanto no futebol como nas modalidades, o progressivo desenvolvimento da obra magnífica do Centro de Estágios do Seixal e o ter estado à altura exigida a um Presidente e restante Direcção do Sport Lisboa e Benfica em dois dos momentos mais trágicos a abalar a nossa amada instituição durante os seus sucessivos mandatos, o falecimento de Miklos Fehér e do único que teve a honra de ter uma estátua em vida no Estádio do Sport Lisboa e Benfica, o eterno Eusébio da Silva Ferreira. Na recandidatura em 2012, Luís Filipe Vieira apresentou como principal garantia o aumento da capacidade competitiva do Clube, com a promessa de conquista de três campeonatos nacionais em futebol, cinquenta troféus nas modalidades e atingir uma final europeia. Luís Filipe Vieira prometeu igualmente aos associados do Clube uma redução do valor da sua quotização. Entre 2012 e 2016, não tendo o último ponto referido sido cumprido, o Clube venceu três campeonatos nacionais, esteve presente em duas finais europeias, qualificou-se uma vez para os quartos de final da Liga dos Campeões e nas cinco principais modalidades de pavilhão conquistou na sua totalidade nove campeonatos nacionais, distribuídos entre Basquetebol, Futsal, Hóquei em Patins e Voleibol, tendo por duas vezes alcançado a glória europeia no Hóquei em Patins. Actualmente, chegados a 2020, o balanço do Movimento em relação ao último mandato não pode de modo algum ser positivo, preocupando todos os Benfiquistas, essa massa enorme e resiliente de milhões de almas ligadas, no que ao futuro concerne. No último mandato, com uma situação financeira estável e incomparável à dos seus principais rivais, o Sport Lisboa e Benfica abdicou, por opção de Luís Filipe Vieira, de conquistar um histórico pentacampeonato (2018), venceu, graças a uma inesperada segunda volta após o despedimento de Rui Vitória, “o treinador do projeto”, a competição em 2019, necessitando da última jornada para confirmar essa conquista, e fracassou novamente na Liga Portuguesa e na Taça de Portugal em 2020, tendo como rival um clube agastado financeiramente e sob controlo apertado da UEFA. Nas modalidades, as nove conquistas do período anterior minguaram para quatro, sendo inegável, com a excepção do Voleibol, que em todas as modalidades o Clube está menos competitivo do que no período anterior. Acresce que o Rugby e o Ciclismo, modalidades históricas do Sport Lisboa e Benfica, continuam esquecidos nos gabinetes da Luz. Sendo a vertente desportiva fundamental para avaliar uma Direcção do Clube, é impossível ignorar os diversos casos judiciários que assolaram e assolam a nossa instituição nos últimos anos. O ataque criminoso que o Sport Lisboa e Benfica sofreu teve do Clube uma atitude preventiva inexistente e uma reacção tardia, sendo que é igualmente indesmentível que se deram demasiados episódios a envolver pessoas da confiança pessoal do Presidente da instituição que não se coadunam com os valores do Clube fundado em 1904, gerando repulsa generalizada dos seus associados, e afastando-os do Clube e da verdadeira vivência do Benfiquismo. O Movimento escusa-se a enumerar tais casos. A democracia interna no Clube foi do mesmo modo severamente abalada. O episódio lamentável ocorrido na reunião de Assembleia Geral de Setembro de 2019 exigia que o Presidente da Direcção do Sport Lisboa e Benfica se retratasse perante toda a nação encarnada e mantivesse incólume o cargo que exerce. Pode compreender-se que no calor do momento, e perante críticas sucessivas, o dirigente em causa adoptasse uma atitude irreflectida, mas o cargo de Presidente do Sport Lisboa e Benfica exige uma grandiosidade superior para se estar à altura dos acontecimentos e momentos e, infelizmente, Luís Filipe Vieira não esteve, nem no momento, nem posteriormente. Estas situações desonrosas para com o Clube, os valores que representa e para com a sua História são em grande parte potenciadas pela última revisão estatutária, efectuada em 2010, que condiciona todo o funcionamento da Assembleia Geral e a democracia interna do Clube, desde o estabelecimento de requisitos de candidatura ao cargo de Presidente do Sport Lisboa e Benfica em termos mais exigentes que os actualmente vigentes para o cargo de Presidente da República, numa tentativa evidente de inibir outras candidaturas e facilitar a renovação da eleição da actual liderança, à consagração de impedimentos factuais à convocação do órgão máximo por iniciativa dos sócios, passando pela redução do âmbito de trabalhos e exercícios de competências da Assembleia Geral, nomeadamente ao não existir, na prática, nenhum espaço para esclarecimentos directos aos sócios pelos Órgãos Sociais, permitindo, em simultâneo, que Orçamentos ou Relatórios e Contas, documentos fundamentais na vida do Clube, possam ser chumbados pelos associados sem qualquer consequência prática para a Direcção. Foi e é evidente a atribuição à Assembleia Geral de uma função meramente cumpridora de formalidades, de modo a instituir um modelo diretivo e autocrático na gestão do Sport Lisboa e Benfica. Sem surpresa, assistimos à renúncia antecipada de funções do Presidente da Mesa da Assembleia Geral em conflito público com a Direção. Esta concepção de exercício do poder revela também o tratamento redutor que é destinado à condição de sócio do Sport Lisboa e Benfica. Por outro lado, a OPA, justificadamente chumbada pela CMVM, é outro episódio negativo e desprestigiante para o Benfica, revelador da opacidade e falta de sustentação com que muitas decisões são tomadas no Clube, sem a prévia e devida auscultação dos associados, em desrespeito da lei, comportamento incondizente e incompatível com o espírito da fundação do Sport Lisboa e Benfica. Tendo tudo o acima exposto em conta, este Movimento, congregando um número significativo de associados, decidiu avançar com uma candidatura para a liderança dos Órgãos Sociais do Sport Lisboa e Benfica. Reconhecendo o trabalho meritório dos primeiros mandatos do actual líder, considera-se que o último mandato de Luís Filipe Vieira e restantes membros dos Órgãos Sociais comprovou que o projecto desportivo, associativo e institucional destes intervenientes deve chegar ao seu fim. Um Clube que não consegue expressar em campo o domínio que é propalado pela sua Direcção, em que esta considera que não deve prestar contas aos seus associados, em que esta permite que a imagem do Sport Lisboa e Benfica seja arrastada para um conjunto de processos judiciais colocando sob suspeição uma instituição que ao longo da sua História nunca foi conhecida por estar envolvida em processos menos transparentes, é um Clube que carece de um novo rumo e liderança. É o momento para uma nova liderança guiar o Clube a uma hegemonia inequívoca no futebol e nas modalidades no panorama nacional, criando condições para uma aproximação célere ao nível competitivo dos melhores clubes europeus, com capacidade de atingir fases decisórias na Liga dos Campeões de Futebol de forma consistente e de ganhar títulos europeus nas restantes modalidades, fazendo jus à História do Clube. É o momento de reforçar e aprofundar o associativismo e democracia do Clube, de liderar o desporto nacional através do exemplo, de compreender que o que se exige a titulares de cargos nos Órgãos Sociais do Sport Lisboa e Benfica não se esgota na lei. “Honrar os ases que nos honraram no passado”, será a nossa missão. Convosco, associados do nosso amado clube, pretendemos fazer cumprir o destino do Sport Lisboa e Benfica: vencer, vencer mais que todos os outros, respeitando os valores daqueles que um dia ousaram fundar a instituição mais bela de Portugal. |