O Sport Lisboa e Benfica viveu ontem um momento histórico. A reunião de Assembleia Geral Extraordinária requerida pelo Servir o Benfica foi, apesar de todos os constrangimentos colocados pelos Órgãos Sociais em funções, que culminaram na adulteração da Ordem de Trabalhos, um momento único de Benfiquismo, associativismo e cidadania Benfiquista.
Durante cerca de seis horas, os sócios presentes exprimiram de forma clara as suas posições perante a necessidade imperiosa de dotar o Clube de instrumentos que lhe restaurem a democracia e a transparência que sempre o caracterizaram.
Foram cumpridos os dois primeiros pontos da Ordem de Trabalhos, votando-se por braço no ar, por esmagadora maioria, a rejeição cabal do voto electrónico em sede de Assembleia Geral e a criação de uma comissão independente de sócios propostos pelo Servir o Benfica para auditar o processo eleitoral de Outubro de 2020.
Infelizmente, tendo os sócios presentes dado uma lição de benfiquismo, os Órgãos Sociais do Clube não estiveram à altura do que podia ter sido um momento marcante da nossa história associativa.
A mesa da Direcção ausentou-se da votação do ponto 2. Não bastando, o Vice Presidente da Direcção demissionária, José Eduardo Moniz, tentou manipular de forma tão ostensiva quanto anti-democrática o desenrolar dos trabalhos, numa função que não é, de todo, a sua. Tal não pode, nem deve, voltar a suceder em reuniões de Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica.
Por outro lado, todos os sócios foram presenteados com a mais incapaz liderança da Mesa da Assembleia Geral de que há memória. Pires de Andrade não tem qualquer competência ou nível para o cargo que ocupa. Foi, desde o início, prepotente, arrogante, mostrando ao longo da noite um profundo desconhecimento dos Estatutos, das normas de funcionamento da reunião de Assembleia Geral que inquinou com a sua parcialidade e, acima de tudo isso, uma total ausência de algo tão simples como bom senso. Incumpriu inequivocamente o seu dever de isenção, idoneidade e imparcialidade, explicitando até a hostilidade da MAG, ao exercer o seu direito de voto, numa votação decidida por larga margem, e em que se deliberava a criação de uma comissão independente para auditar o processo eleitoral que o elegeu.
Pires de Andrade não compreendeu a suma importância do momento vivido ontem. De forma praticamente unânime, a reunião de Assembleia Geral mais participada desde as do final do século passado pediu para votar o Regulamento Eleitoral proposto. A opinião de vários juristas publicamente reconhecidos, incluindo a aula pública que o Dr. Paulo Olavo e Cunha deu no púlpito numa sublime intervenção, não bastaram para quebrar a total ausência de humildade em reconhecer a válida argumentação apresentada a favor da votação. Tal resume-se na resposta crua quando questionado porque não votar o Regulamento: "Porque não". Elucidativo.
Todos os presentes desejavam votar o Regulamento ontem, mesmo que sob a premissa de, após a natural aprovação por aclamação que se esperava, rever pormenores jurídicos, mantendo na íntegra o espírito e princípios basilares do documento apresentado. Infelizmente, nem a rábula entre Rui Costa e Pires de Andrade (polícia bom, polícia mau?) permitiu esse desfecho.
O Servir o Benfica saiu da reunião de Assembleia Geral Extraordinária com a promessa de, na próxima segunda-feira, reunir com os Órgãos Sociais do Clube para definir um documento de Regulamento Eleitoral, tendo por base o que foi apresentado, tendo já dirigido uma carta aos órgãos sociais para a realização urgente da mesma. O Regulamento deve ser publicado até à próxima quarta-feira, devendo, após essa data, contar-se 30 dias até à reunião de Assembleia Geral Eleitoral, permitindo deste modo a preparação adequada da mesma em conformidade com o conteúdo do referido Regulamento.
O Servir o Benfica não aceitará desvios de um milímetro do espírito do documento apresentado ontem e sobre o qual foi evidente a posição da larga maioria dos associados. Tal significa que não será aceite qualquer versão adulterada que não contemple explicitamente a utilização de voto físico exclusivo em Portugal Continental, bem como o encerramento de cadernos eleitorais e sua disponibilização às listas 72h antes do acto eleitoral.
Resta agradecer profundamente a todos os que demonstraram de forma cabal o seu Benfiquismo. O nosso fervor colectivo está bem vivo. Muitos vieram, de norte a sul, do interior, das regiões autónomas, do estrangeiro. A todos os que fizeram questão de subscrever e aos que marcaram presença ontem, parabéns: serviram o Benfica!